Nana Martins é professora em Florianópolis (SC) e compreende a relevância da sua presença – como pessoa negra – em sala de aula. É uma referência importante para os alunos, que ela só foi ter na Universidade quando cursou Letras.
Foi no curso de Letras, também, que ela conheceu a literatura negra e, a partir daí, além de leitora passou a ser escritora. Ela escreve contos e poesias a partir de suas experiências e de dores de difícil elaboração. Em sala de aula, suas histórias são presentes para apresentar novas perspectivas aos alunos, novos pontos de vista. “Eu uso a literatura como salvação, para explicar minhas dores, meus sentimentos e minha visão de mundo”, confessa.
Para ela, é importante trabalhar diariamente para a educação das relações étnico-raciais. Para isso, promove leituras, interpretações e dramatizações ao longo de todo o ano. Um dos objetivos da professora é desmistificar a ideia de África, que muitas crianças entendem ser um país e não um continente.
Outro tema presente na sala de aula de Nana é o feminismo. “As crianças falam muito sobre isso, e sabem apontar – isso é machismo, por exemplo”, afirma a professora. Todos os temas e conflitos presentes na sociedade devem estar na escola. Mas Nana lembra que a educação para ser efetivamente cidadã tem que ser feita em parceria – escola e comunidade.
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