No MudaMundo, acreditamos que mudar o mundo também passa por garantir que todas as vozes possam ser ouvidas — e compreendidas. Por isso, celebramos uma notícia histórica: pela primeira vez, a Constituição Federal do Brasil está sendo traduzida para línguas indígenas. Um passo concreto rumo a um país mais justo, plural e inclusivo.
A iniciativa, inédita, integra o programa Língua Indígena Viva no Direito, coordenado pela Advocacia-Geral da União (AGU) em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Instituto de Direito Global (IDGlobal). O projeto começou com a tradução de trechos da Constituição para o Tikuna, povo originário do Alto Solimões (AM), e deve avançar em breve com as comunidades Kaiowá e Kaingang.
Mais do que uma tradução literal, o processo representa um diálogo intercultural, que busca tornar os direitos constitucionais efetivamente acessíveis a povos indígenas, respeitando suas cosmologias, linguagens e modos de vida. As versões passam por análise e validação das próprias comunidades, garantindo fidelidade linguística e cultural.
Essa ação é um marco de cidadania e reconhecimento, ao afirmar que o Brasil é feito de múltiplas vozes e que todas devem participar da construção do país. Cada tradução é também um gesto simbólico: o Estado falando — finalmente — nas línguas de seus povos originários.
Um passo que, sem dúvida, muda o mundo.
Fonte: Site AGU
Crédito da foto: Pedro Federal